segunda-feira, 21 de maio de 2012

Criança gera criança.

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O futuro é um deleite, inesperado!
Por ti ansiei desde o momento em que um pênis acanhado, sonolento, estranho, qualquer.
Excitou a puberdade carnal de minha progenitora.
Junto com minha pureza iniciei a dependência por viver.
Impulsionado por sutis batidas que conduziam meu sustento condenado.
Tua barriga era a ampulheta mal projetada por onde escorria a minha vida.
Gotejada nas letras fracionadas da burla de um medicamento proibido.
Criança tu não vias nas conseqüências da noite minha esperança morrer?
Depois de toda devassidão, ainda olhavas o dia ociosa a espera demais uma noite de expectativas ilusórias.
No prazer imprudente, o teu arrependimento era uma moeda de várias faces.
Do desejo, das orgias, do ilícito, do ciclo vicioso.
Julgando e condenando o ato inimputável.
Desapegavas do laço maternal que tu criança ainda não possuías.
Prematuro sem face, assassinado e excretado no ralo de um banheiro sujo.
Este sou eu!
Um dia tu amaste-me com gemidos incandescentes.
Mais não choraste com a dor de sangrar as pernas tremulas.
Do quão alivio que sentisses de não gerar outra criança.
Negou-me a sensação de que sentisses quando veio ao mundo.
Respirando a crueldade densa da atmosfera.
Onde homens eclodirão sempre como obra de conceitos quiméricos.
E suas ações irracionais brotarão da raiz da impunidade.
Atitudes abomináveis que suprimirão todo um coração.
Que a imaturidade escolhera para me crucificar em teu útero infantil.

RhuanLuiz.


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