O futuro é um deleite,
inesperado!
Por ti ansiei desde o
momento em que um pênis acanhado, sonolento, estranho, qualquer.
Excitou a puberdade carnal
de minha progenitora.
Junto com minha pureza
iniciei a dependência por viver.
Impulsionado por sutis
batidas que conduziam meu sustento condenado.
Tua barriga era a
ampulheta mal projetada por onde escorria a minha vida.
Gotejada nas letras
fracionadas da burla de um medicamento proibido.
Criança tu não vias nas conseqüências da noite minha esperança morrer?
Depois de toda devassidão,
ainda olhavas o dia ociosa a espera demais uma noite de expectativas
ilusórias.
No prazer imprudente, o
teu arrependimento era uma moeda de várias faces.
Do desejo, das orgias, do
ilícito, do ciclo vicioso.
Julgando e condenando o ato inimputável.
Desapegavas do laço maternal que
tu criança ainda não possuías.
Prematuro sem face,
assassinado e excretado no ralo de um banheiro sujo.
Este sou eu!
Um dia tu amaste-me com
gemidos incandescentes.
Mais não choraste com a
dor de sangrar as pernas tremulas.
Do quão alivio que sentisses de
não gerar outra criança.
Negou-me a sensação de
que sentisses quando veio ao mundo.
Respirando a crueldade
densa da atmosfera.
Onde homens eclodirão sempre como obra de conceitos quiméricos.
E suas ações irracionais
brotarão da raiz da impunidade.
Atitudes abomináveis que
suprimirão todo um coração.
Que a imaturidade
escolhera para me crucificar em teu útero infantil.
RhuanLuiz.
RhuanLuiz.
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