quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Programando mais um dia.

Perfumei-me na intenção de te encontrar
em meio àquelas vadias sujas da Santa Rita.
Gostaria de poder desconfiar como muitas mulheres.
No entanto.
Sinto-me íntima por saber a verdadeira razão de ser a última em sua vida.
São certezas lamentáveis que agridem minha sensatez.
Nosso relacionamento vulgar banha de dúvidas o que estar por vir.
Sua presença exige nas minhas atitudes uma perspicácia
Maior do que a própria naturalidade.
Eu tento criar fantasias que me deixam longe do sofrimento.
Mas é na dor que sinto me viva.
É na dor que vendo meu corpo.
Quando roubo do silêncio lágrimas que tua palma presenteia me
a face marcada.
Despindo do corpo a relutância de mulher.
Debruçando-me numa cama molhada do gozo de outrem.



quinta-feira, 31 de maio de 2012

Estou dentro deles.

Que eles inalem o perfume das flores.
Que eles mendiguem o amor.
Que eles  se prostituam em forma de carinhos e abraços confortantes.
Que eles furtem o respeito dos duvidosos.
Que eles sensibilsem com o sofrimento das ruas os preconceituosos.
Que eles roubem os sorrisos do rosto dos desacreditados.
Que eles matem a fome desse jejum diário.
Que eles se tornem livres em seus lares imensos.
Que eles olhem as possibilidades do dia que estar por vir.
Que eles tenham direitos.
Á liberdade, à segurança, á propriedade.
Á uma vida digna.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Criança gera criança.

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O futuro é um deleite, inesperado!
Por ti ansiei desde o momento em que um pênis acanhado, sonolento, estranho, qualquer.
Excitou a puberdade carnal de minha progenitora.
Junto com minha pureza iniciei a dependência por viver.
Impulsionado por sutis batidas que conduziam meu sustento condenado.
Tua barriga era a ampulheta mal projetada por onde escorria a minha vida.
Gotejada nas letras fracionadas da burla de um medicamento proibido.
Criança tu não vias nas conseqüências da noite minha esperança morrer?
Depois de toda devassidão, ainda olhavas o dia ociosa a espera demais uma noite de expectativas ilusórias.
No prazer imprudente, o teu arrependimento era uma moeda de várias faces.
Do desejo, das orgias, do ilícito, do ciclo vicioso.
Julgando e condenando o ato inimputável.
Desapegavas do laço maternal que tu criança ainda não possuías.
Prematuro sem face, assassinado e excretado no ralo de um banheiro sujo.
Este sou eu!
Um dia tu amaste-me com gemidos incandescentes.
Mais não choraste com a dor de sangrar as pernas tremulas.
Do quão alivio que sentisses de não gerar outra criança.
Negou-me a sensação de que sentisses quando veio ao mundo.
Respirando a crueldade densa da atmosfera.
Onde homens eclodirão sempre como obra de conceitos quiméricos.
E suas ações irracionais brotarão da raiz da impunidade.
Atitudes abomináveis que suprimirão todo um coração.
Que a imaturidade escolhera para me crucificar em teu útero infantil.

RhuanLuiz.


terça-feira, 17 de abril de 2012

Cientista do 1° dia.

Seria fácil jogar ao vento a certeza do saber.
Rodeado de primitivos petrificados em desenvolvimento.
Serias o fogo ardente de conhecimento.
... A dúvida que não gerou questionamentos por entre os séculos.
Serias a arte rupestre esculpida num quadro negro.
Descrita com a massa cinzenta da nossa curiosidade.
Enquanto o tempo se encarregar em criar em teus pupílos as maleficências
do poder crítico.
As revelações não os farão chorar de joelhos no canto de sua própria consciência.
Mas para ter fé não precisarão deduzir equações para ver que sois DEUS.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Polígono das secas.

Eu criei asas quando minha gênese não permite gerar.
Os sonhos são tão grandiosos que me permitem voar.
Eu criei argumentos quando a minha voz não se ouvia.
Na música as palavras ficam claras nuvens.
Eu criei a loucura em outros territórios a serem desvendados.
A lucidez não ajuda a quem tem esperança.
Eu criei o caminho plano de baixo do sol que racha a terra
da inoportunidade.
Porque sem sentimento a razão prevalece.

RhuanLuiz.

sexta-feira, 2 de março de 2012

O louco externa loucuras.

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O primeiro ato será o meu presente para você.
Não vou me esconder por trás desses escritos que não se faz entender.
Quero poder voar desviando dessa voz que...
Persegue-me, puxa-me, agride-me, intimida-me.
Sejas sábio!
Meus gestos cadenciados irão te cortejar ó loucura.
Pois pra te escrevo com devoção.
Estou a risos largos!
Por que ser lúcido todo o tempo é um tanto difícil.
Pergunte isso aos sábios?
Minha loucura não espera nada do que eu não possa retribuir.
E nem por isso afasta-me das pessoas que vêem em você a doçura
e não modéstia do sábio.
Modéstia que te faz sentir reprimido por se ver inferiorizado.
Calando-te.
Por isso a trato como uma companheira fiel em minhas obras.
E mais uma vez encontro-me rindo.
Por que eu( louco) sou a transparência do meus gestos ingênuos.
Ao contrário dos sábios que falam verdades conforme as circunstâncias que o exautarão.
Por isso.
A te saúdo com o cálice da benevolência ó loucura.

P. 13 de Maio


Nessa avenida passam veículos de todas as cores, formas, tamanhos.
Os prédios camuflam as árvores do parque à frente.
Os homens não são natureza pra gostarem tanto de si próprios.
Passam como se não olhassem para o lado, não se cumprimentam,
não fazem nada além de andar.
Será que o futuro está esvaindo-se com chegada da lua, minguando o sereno.
Se assim fosse, não teriam motivos para tanta pressa.
Ou seria uma corrida humana?
Estou refletindo!
A luz do semáforo está verde,
 o que pensar do sinal que coroa as persianas da mente.
 Entre o céu e o asfalto negro.
Seguir? Sigo! Seguir? Sigo! Seguir? Sigo!...
No entanto para onde?
Estou tão perdido que ao cruzar essa esquina irei encontrar.
Com a expectativa dizendo-me que pra onde eu vou,
 só existirá indiferenças.
Será esse o motivo de tanta pressa?
Viver é estar envelhecendo e nada mais..
Logo irei descobrir se continuar nessa corrida exaustiva.
Nessa ilha de calor o sol castiga atesta enrugada.
As buzinas ensaiam o esgotamento da paciência.
Para onde ir? Onde refugiar?
Nessa competição a última posição não é tão ruim.
A pressa é inimiga do prazer.
Por isso vou me recolher à sombra da formosa árvore do parque à frente.
Porque não estou apto em só olhar para o horizonte.
Sem saber o que me espera depois de cruzar o sinal verde da vida.


RhuanLuiz



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Na embriaguez da criança.

Meu estado ébrio de observar os fatos.
Incorpora a verdade num copo de vinho.
 Toma meu corpo em afirmações conscientes.
De puras palavras limpas de falsidades.
Para quem quer que seja.
Eu transgrido o tempo movido pela maliciosa
inocência das crianças.
Que não cria barreiras para dizer verdades cruéis.
Para quem quer que seja.
Porque a ofensa não estar nas palavras reforçadas de sinceridade.
Está na escolha de camuflar o mal que te aflige.
E o bem que negas a teu próximo.

Tristeza, dor e morte.

Não preciso mais interpretar as revelações desse enigma.
Os sintomas estavam presentes demais para ignorar.
Chorei mas não consegui parar de viciar meu corpo apodrecido.
Ainda sinto minhas pernas, mas não a vejo.
Queria poder correr cortando o vento nessa tarde quente.
Mas o que posso fazer?
Sentado nessa varanda de paisagens comuns.
 Minha vida se inverteu, agora sigo a sanidade dos meus passos.
E não o vício que me tirava o fôlego.
Observo o muro de minha casa hollywoodiana.
Que tantas vezes embriagado ultrapassei meus limites.
 Hoje incorporando as projeções de minha vivência.
 As cenas estão passando lentas e eu assisto tudo.
Dos dias em que passei calado com dor.
Dos dias em que os pulmões em colapso tossiam sangue.
Dos dias em que morria a cada tragada.
Do dia em que acordei desse pesadelo de ser um suicida.
RhuanLuiz

Temperamento, postura, mulher. (A vida é mesmo assim I)


Entendi seu questionamento de não saber quem eu sou.
Mas tínhamos tempo para nos descobrirmos.
Então porque a pressa?
Suas decisões não me agradaram, porém vou acatar quieto.
Penso que sua atitude não a o que se discutir.
Que final triste tivemos que compartilhar.
Pensando no que falar um para outro depois de tantas declarações
sob um teto de personalidades tão distintas.
Novamente tornou-se acontecer.
Estou certo que aspiro por um entendimento muito maior que minhas limitações.
Vejo-me reservado numa herança orgulhosa.
 Porém você me pede esclarecimentos mais sólidos sobre mim.
No entanto é na cumplicidade que vou compartilhar minhas aflições e sentimentos.
Por você doei muitos carinhos e atenções
E sinto-me sufocar por não fazê-los mais.
Como se a necessidade de obter além do que nos era permitidos.
Fosse vital para a continuação da nossa curta relação.

RhuanLuiz

domingo, 29 de janeiro de 2012

História da bela dama.


No quarto decorado de jóias e roupas glamorosas.
Choro solitária no canto da cama.
Sou cúmplice em uma aventura escrita sobre um desfecho miserável.
Eu que tanto repudiava beijos cheios de paixão.
Nas dramaturgias das oito.
Hoje lamento por não viver o fiel roteiro...
O bom cavalheiro que surgiu dos meus sonhos.
Revelou-se um homem nefasto.
Digno de vilão ardiloso.
Capaz de me envolver em sua graciosa aparência.
De palavras sedutoras repletas, porém de mentiras...
E que me levariam a sonhar em noites ao luar
sobre os telhados de Paris.
Regadas a caricias e beijos intermináveis.
Declarou-se apaixonado ao materialismo de minhas afortunadas riquezas.
E hoje.
Cinquenta invernos passados.
Tenho medo de ficar só na frieza do lar.
Por isso viverei em minha fábula sombria.
De final infeliz.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Contaminação


Não trago na postura pintada do meu eu.
As respostas do meu comportamento.
Adentro no ressinto ardiloso.
E por contaminação.
Desejo excretar o tormento que cresce dentro de mim.
Ninguém observa os olhos a me espreitar por máscaras
de injúria.
Nesse reduto só os cachorros me vêem amistoso.

A vida é mesmo assim.



Não quero mais ouvir a pronuncia do seu nome.
Suma diante dos meus olhos melancólicos porque não agüento mais te ver.
O término por estações banhou de tristeza meu sorriso.
Meus gestos contidos já não disfarçavam o desânimo de viver.
Simples mente viver...
Foi fácil entender que as decisões irão te remeter a observar as consequências.
Você quis resolver tudo, em quanto eu queria apenas compartilhar as dificuldades.
Satisfaço-me hoje em companhia de fotos, que não farão esquecer
A vida que passei a me enganar.
Apostei minha felicidade, mas você era pequeno demais para os meu Sonhos.
Hoje estou apenas recordando e estou bem assim.
Meus amigos não me deixam parar em meus devaneios.
Eu estou ótima longe de seu cheiro que ainda, ainda.
Sufoca-me.
Mas minha mente está ocupada em te esquecer e estou firme em minha decisão.
Nunca achei que poderia esperar o anoitecer sem ouvir sua voz.
É uma fantasia que não cabe mais em meu coração.
Amadurece tanto que tenho a convicção.
Que viver no amor é viver na busca da perfeição.
E isso não me faz confundir o que sinto
por um belo sorriso.