segunda-feira, 23 de março de 2015

Menor idade

Nessa Quarta feira o tempo está nublado, um pouco frio.
Na parada de ônibus as pessoas se olham sem afeto.
No assento a esquerda a janela está embaçada.
Com o dedo escrevo uma pichação.
As ruas estão vazias como a madrugada incerta.
O rosto do cobrador está endurecido.
Horas bem dormidas não pagam a escola dos filhos.
O dinheiro que tenho no bolso não dar para bancar
a passagem de volta para casa.
Faço planos, imagino uma situação.
Andarei!!!
No caminho um homem se move devagar na direção contrária.
O extinto me instiga a realizar um esporro violento.
Da janela do apt um senhor me observa passar inconstante.
Houve-se um grito seco ecoando por entre o corredor.
O velho se abriga.
Na rua Siqueira Campos, em frente ao N° 304, Santo Antônio-
Recife/PE.
Um corpo agoniza deitado.
Pedi socorro como uma criança que se perdi do colo de sua mãe.
Seu desespero vermelho tinge sua farda de trabalhador.
O homem está morrendo.
Na minha mão um objeto perfurante goteja sua vida.
O vulto que corta o poste sem lux é meu corpo fugaz.
Na Quinta feira o noticiário das 23:00 hrs reprisa o assassinato.
Não a suspeitos!
Deitado no meu quarto assisto tranquilamente.
Estou com sono, vou dormir.
RhuanLuiz

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